Tradição Ortodoxa

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Santo Efrém (†373), doutor da Igreja
É considerado o maior poeta sírio, chamado de “a cítara do Espírito Santo”. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve ter participado do Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foi ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados contra os gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos e louvores a Maria.

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Evágrio Pôntico (345-397)
Monge originário da Capadócia, em Ibora, no Ponto, e por isso ele é chamado de Pôntico. Passou dezesseis anos de sua vida no deserto do Egito, como anacoreta. Foi discípulo e amigo de São Gregório Nazianzeno. Evágrio conheceu bem cedo os três capadócios: São Basílio, São Gregório de Nissa e São Gregório de Nazianzo, sendo ordenado diácono por este último. Herdeiro dos grandes Padres Alexandrinos, Clemente e Orígenes, ele conduziu uma das grandes correntes da espiritualidade bizantina. Foram seus herdeiros, João Clímaco, Máximo, o Confessor, Simeão o Novo Teólogo, os Hesicastas… Evágrio foi implicado na condenação do origenismo em 553; alguns acham incômodo citá-lo, no entanto, ele penetra e está presente em toda parte. Para Evágrio a ascenção espiritual consiste em contemplar a Deus em si mesmo, de modo que se vê a Deus como num espelho. O caminho consiste em despojar-se dos pensamentos apaixonados, depois, mesmo dos pensamentos simples, até a completa nudez de imagens e conceitos. Deixou inúmeras obras sobre a oração, a vida monástica e ascética.

De Evágrio Pôntico:
“Não imagines possuir a Divindade em ti,quando oras, nem deixes tua inteligência aceitar a marca de uma forma qualquer; mantém-te como imaterial diante do Imaterial e compreenderás”

“Não poderias possuir a oração pura, estando perturbado com coisas materiais e agitado por inquietações contínuas, pois a oração é abandono dos pensamentos”

“A oração é produto da doçura e da ausência de ira”

“Esforça-te por manter teu intelecto surdo e mudo durante a oração: assim poderás orar”

“Se oras verdadeiramente, sentirás uma grande segurança: os anjos te escoltarão como a Daniel e te iluminarão sobre as razões dos seres”

“Se queres orar como convém não entristeças nenhuma alma; senão, corres em vão”

“Bem-aventurada a inteligência que, no momento da oração, torna-se imaterial e despojada de tudo”

“A oração é uma ascenção da inteligência para Deus”

“A oração é a atividade que convém à dignidade da inteligência; é a aplicação mais admirável e mais completa desta”

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São Máximo o Confessor (580-662)
Nasceu em Constantinopla, foi secretário do Imperador Heráclio e depois foi para o Mosteiro de Crisópolis.

"Pelo teu nome, Senhor, não nos abandones para sempre, não disperses a tua aliança e não afastes a tua misericórdia de nós (cf. Dn 3, 34-35) pela tua piedade, Pai nosso que estás no céu, pela compaixão do teu Filho unigénito e pela misericórida do teu Santo Espírito... Ouve a nossa súplica, ó Senhor, e não nos abandones para sempre. Nós não confiamos nas nossas obras de justiça, mas na tua piedade, mediante a qual conservas a nossa estirpe... Não desprezes a nossa indignidade, mas tem compaixão de nós segundo a tua grande piedade, e segundo a plenitude da tua misericórdia purifica-nos dos nossos pecados, para que, sem condenações, nos aproximemos da tua santa glória e sejamos considerados dignos da protecção do teu Filho unigénito".
(do Discurso Ascético 37-39)

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A Filocalia é um livro clássico da literatura católica ortodoxa, como uma coletânea de textos de autores diversos sobre a Oração do Coração. Filocalia significa “amor à beleza”, essa beleza que se confunde com o bem. Em 1782 foi publicada em Veneza sob o nome de Filocalia uma grande compilação de autores espirituais gregos das mais variadas épocas. Com textos de mais de trinta autores, desde os Padres do Deserto até autores bizantinos do século XIV. O sucesso recente da Filocalia deve-se ao livro Relatos de um Peregrino Russo.

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